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Castelo Branco: PSD acusa PS de gestão indecisa e incompetente

José Júlio Cruz - 02/05/2024 - 8:30

Incongruência, indecisão, incompetência, inaptidão e falta de transparência. É desta forma que o PSD carateriza as contas de 2023.

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Pedro Lopes, presidente da Comissão Política Concelhia do PSD

A Comissão Política Concelhia do PSD emitiu no início desta semana um comunicado onde analisa os documentos de prestação de contas da Câmara de Castelo Branco referentes ao exercício de 2023. Fá-lo no seguimento de uma reunião realizada para esse efeito e refere que “não pode deixar de constatar que o executivo que nos governa a nível municipal continua a pautar-se por incongruência, indecisão, incompetência, inaptidão e falta de transparência”.

Por isso, manifesta em comunicado enviado à imprensa “a sua veemente oposição política à forma como o Partido Socialista tem vindo a orientar e a gerir o erário público”.

O PSD albicastrense, apesar de o vereador social democrata com assento no executivo ter viabilizado estas contas através da sua abstenção, vem justificar os epítetos que deixa à gestão socialista. Começa por explicar a incongruência, “porque publicamente, o presidente da câmara vem manifestar a sua satisfação por alcançar metas que se situam francamente muito baixas e distantes em relação ao que se pretendia nos Orçamento e Plano aprovados para o ano de 2023”. “Como é possível haver um regozijo por parte do presidente ao afirmar-se satisfeito com uma execução orçamental que se ficou em 76% nas despesas correntes, em 50% nas despesas de capital e em apenas 68% do valor previsto de investimento nas Grandes Opções do Plano?”, questiona o PSD.

Constata-se, continua o comunicado, que o PS “carece de uma visão de futuro para o município, contentando-se com uma gestão corrente” e, por isso, na opinião da Comissão Política do PSD, “não compatível com o desenvolvimento do concelho, mas sim altamente castradora”.

Já no capítulo da indecisão, o órgão dirigido por Pedro Lopes justifica-a “porque privilegia as despesas correntes (de execução automática e mensal recorrente) em vez de apostar no investimento para, com isso, melhorar a médio prazo a vida económica do concelho e dos seus habitantes”. “As prioridades não são as pessoas, nem a resolução dos problemas de ordem social e de saúde, como se observa pelo valor baixíssimo de despesa quer corrente quer de investimento, dando seguimento à política de inversão financeira a que assistimos”, pode ler-se no mesmo documento.

Incompetência, diz o PSD, “porque uma taxa de execução orçamental tão baixa, só assim se pode adjetivar. Incompetência também na obtenção de resultados positivos, pois já em dois anos sucessivos as contas da câmara vêm apresentando prejuízos que em 2023 foram de cerca de 9 milhões de euros”.

O PSD albicastrense frisa também neste balanço das contas que “o município empobreceu, isto é, perdeu de 2022 para 2023 um valor substancial de 24 milhões de euros”. E com esta observação passa a justificar aquilo que designa por inaptidão, “porque os processos de aquisição e investimentos necessários são extremamente morosos, ultrapassando o tempo razoável na burocracia dos serviços municipais, observando-se, simultaneamente, uma manifesta opção de adjudicar prestação de serviços a terceiros, descurando as potencialidades e capacidades internas”.

“Tudo isto denota uma gestão deficitária, cuja estratégia não é a de servir o concelho, mas sim servir as táticas de manutenção no poder, com uma visão muito pouco ambiciosa, sendo cada vez maior o contraste relativamente ao desenvolvimento de Castelo Branco face ao de outros municípios do distrito”, criticam os social democratas.

Não menos importante para os signatários deste conjunto de críticas é o facto de “o atual executivo revelar falta de transparência nas contas e na prestação das mesmas. Por um lado, não é concedido um tempo razoável para analisar e pedir esclarecimentos antes da aprovação das mesmas em reunião de câmara. Por outro, continuam a proliferar as rubricas de «Outras Despesas» com vários milhões de euros, o que é a todos os níveis lamentável”.

“O executivo socialista prefere esta conduta em vez de se sujeitar ao escrutínio dos munícipes através da sua representação indireta, por via das forças de oposição eleitas democraticamente”, como declaram, referindo que “também não somos indiferentes ao facto do PS e do seu executivo mostrar a sua face ao revelar total falta de honestidade política quando, indevidamente, se apropria de bandeiras do PSD, como é o caso «da % da devolução da receita do IRS aos munícipes», ou «o apoio dado às refeições escolares», ou ainda «o apoio dado às creches», bem como o «apoio com os transportes públicos escolares e não escolares» tendencialmente gratuitos”.

Por todas estas razões, “bem como todos os comportamentos opacos que caraterizam a atuação do PS em termos de gestão camarária, tornam evidente que futuramente só o PSD pode representar uma alternativa válida, responsável e credível na defesa dos reais interesses dos munícipes do concelho de Castelo Branco”, conclui o documento.

COMENTÁRIOS

António Martins
Na semana passada
Subscrevo na totalidade tudo o que aqui foi referido mas acho inexplicável o voto de abstenção do PSD na Assembleia perante o exposto.
J Belo
Na semana passada
Eu leio este pequeno comunicado e não entendo! Não entendo porque o PSD tem suportado, até esta data pelo menos, todas as decisões dos eleitos pelo PS. Assim sendo, tudo aquilo que é dito, assenta que nem uma luva ao PSD, ou não?
Luisa Lopes
Na semana passada
O desnorte do PS podia ser travado com o voto contra do PSD. As despesas correntes são um problema grave que revelam amadorismo e pagamentos políticos. É bastante pegar nas listas do PS às autárquicas e verificar que 1 por 1 das listas PS já foram encaixados em cargos de chefia, assessoria e afins.
PSD, sendo o Senhor 1 Vereador com provas dadas, Chega de compactuar com isto!
Luisa Lopes
Na semana passada
Sr. António,
Sr. Belo,
O Senhor Vereador do PSD tem provas dadas de conhecimento. Concordo com os vossos comentários. Chega de compactuar com isto!