Encenação foi efetuada por vários grupos
A Biblioteca Municipal António Salvado, em Castelo Branco, celebrou recentemente o Dia Mundial da Poesia com a publicação de um volume com poemas de autores albicastrenses, uma mostra de primeiras edições dos seus livros de poesia e uma exposição, inédita, de cartas de conhecidos escritores dirigidas ao poeta António Salvado.
Foi marcante a leitura de versos de alguns dos poetas representados nessa “colectânea” pelas atrizes e atores dos grupos de Teatro Váatão, Mimabô e Tramédia. Uma leitura encenada em diversos espaços da biblioteca, aliando performances originais, especialmente concebidas para aquela sessão teve impacto na assistência presente.
Ao Dia Mundial da Poesia fora associado um tributo ao patrono da biblioteca, António Salvado, estando expostos livros seus de um período anterior a 1974 e poemas deles extraídos, apresentados de forma datilografada. O fecho da iniciativa realizou-se no passado dia 19 de abril. O material exposto, bem identificado, merecia uma visita, desde logo pela representatividade dos autores das cartas dirigidas a António Salvado, seleção de muitas que lhe terão sido enviadas ao longo dos anos. De José Régio a Tolentino Mendonça, de Herberto Helder a Cruzeiro Seixas, todas mostram um relacionamento de amizade com o poeta albicastrense, desde a feitura dos seus primeiros versos, o que Régio, na carta exposta, saudava com palavras de apreço. A “Coletânea de Poemas” que fora oferecida pela BMAS no Dia Munidal da Poesia, um livrinho escorreito atrativo na sua feitura gráfica, com a reprodução de uma pintura do pintor albicastrense Costa Camelo e um texto incial de apresentação assinado por Paulo Samuel, onde se jusifica a edição e os critérios que ditaram aquela antologia.
Repetiu-se a participação dos mesmos grupos de teatro que tinham estado presentes no Dia Mundial da Poesia e ali voltaram para marcar o encerramento da iniciativa e o tributo a António Salvado, já que dele foram lidos poemas nesta sessão. Perante uma assistência de cerca de 50 pessoas, transformado o auditório para o efeito (conferindo uma perspectiva diferente àquela sala) as atrizes e atores do Váatão, Tramédia e Mimabô interpretaram com originalidade performativa poemas de António Salvado que, nessa leitura “plástica” soaram diferentemente, com uma modernidade que normalmente não lhes é atribuível. Ganharam ali uma “vida” que os tornam atuais. É isto que pode ser feito amiúde, para que sessões de leitura de textos ou poemas possam ganhar mais interesse e tenham mais visibilidade. As novas abordagens performativas ou musicais estão a cativar públicos mais novos que querem ver novas e diferentes expressões comunicacionais.
O que ali se tem passado recentemente pede continuidade, para poder manter vivo o interesse pelos livros, pela escrita, pelos autores, pela cultura em geral, levando àquele espaço um cada vez maior número de pessoas.
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